Neste
post vamos falar sobre um assunto que sempre ronda os fóruns e as discussões
sobre guitarras. BRAÇO APARAFUSADO!
Quem
já acompanha o blog a um tempo já viu com certeza o nosso post sobre braço
colado inclusive com as fotos exclusivas que o Prof. Beto tirou na fábrica da
Gibson.
E
agora vamos falar sobre o braço aparafusado.
Como
o próprio nome diz, este tipo de construção utiliza parafusos para unir o braço
e o corpo do instrumento. A construção
de braço aparafusado surgiu junto com a guitarra de corpo sólido através da
mente e das mãos de Clarence “Leo” Fender que ao lançar o modelo telecaster em
1946 (considerada a primeira guitarra de corpo sólido já feita) trouxe esta
inovação.
Empresas
que já tinham tradição na construção de instrumentos como é o caso da Gibson,
além é claro de muitos músicos que não estavam acostumados com aquilo, torceram
o nariz para aquela nova forma de se construir um instrumento, mas Leo Fender
não estava dando muita atenção às críticas e muito menos à tradição. A intenção
era criar um instrumento que tivesse uma manutenção mais prática, por exemplo,
se o braço empenasse bastava apenas tirar e trocar por outro, se tivesse um
problema de angulação, era só colocar um calço e estaria resolvido.
Mas
o fato é que o braço aparafusado conquistou muitos músicos e muitos
fabricantes, principalmente por ser muito mais simples de construir.
Nas
fotos acima podemos perceber a furação e o encaixe de uma guitarra Slater
strato, guitarra Coreana de excelente construção, um detalhe interessante é que
os furos não são paralelos como acontece com as fender e existe também uma
sobra da madeira da escala para fora do braço. Estes detalhes de construção
variam de fabricante para fabricante assim como a posição dos furos e a
quantidade de parafusos.
Ilustrando
estas diferenças na foto abaixo temos a foto de um baixo Squier Precision
special canhoto e fretless do nosso luthier da Barramusic que gentilmente cedeu
o braço do baixo para tirarmos estas fotos.
Tirando o
fato de que o braço tem muitas marcas de uso por ser usado as fotos mostram bem
como a Fender (e a Squier) constroem os seus braços com 4 furos sendo eles
perpendiculares e a escala não sobra para fora do braço, este padrão que é
usado nos baixos é também utilizado na maioria das guitarras Fender.
Mas
e o som ? é melhor ou pior ?
Não
é melhor nem pior, é apenas diferente. A construção de braço aparafusado, pela
sua característica, faz com que o contato entre as madeiras do braço e do corpo
seja menor, com isso, existe muitas perdas de vibração e a guitarra acaba não
tendo muito sustain.
As guitarras de braço aparafusado,em geral, tem mais ataque e pouca sustentação na nota o
que é uma característica marcante dos modelos tipo strato e telecaster.
As
guitarras e suas características diferentes estão aí pra gente escolher mesmo o
que mais nos agrada sem fazer esse tipo de julgamento do que é “melhor” ou
“pior”. Tem coisas que são fatos e os
fatos a gente não nega como por exemplo: O processo de fabricação de um braço
colado ou inteiriço é mais complexo do que um braço aparafusado? Sim. Uma
guitarra com braço colado vai ter mais sustain que uma de braço aparafusado?
Sim. Isto faz com que o braço aparafusado seja pior que os outros tipos? Não!
De jeito nenhum!
As guitarras de braço aparafusado na prática
tem menos sustain, mas esta característica não depende somente do braço mas de
diversos outros fatores que influenciam o menor sustain por parte deste tipo de
guitarra como o tipo de ponte, tipo de captador, madeira utilizada na
construção e etc. O mais importante é que possamos conhecer os tipos de
construção, entender as suas diferenças, as suas qualidades e escolhermos a
guitarra que mais se adéqua ao seu estilo.
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