Quem ganha o presente somos nós: saber que a lenda continua viva e fazendo shows.
Em uma lista da revista Rolling Stone, ele aparece na segunda
colocação entre os maiores guitarristas de todos os tempos, atrás apenas de
Jimmy Hendrix e à frente de nomes de peso como Jeff Beck, Jimmy Page e Keith
Richards. Para muitos, porém, Eric Patrick Clapton, ou simplesmente Eric Clapton
não deveria ser comparado a ninguém: ele e a guitarra seriam, na verdade,
sinônimos.
Exageros e controvérsias à parte, no dia 30 de março celebra-se o
aniversário do genial guitarrista, cantor e compositor, que comemora 74 anos de
uma vida marcada por tragédias, vícios, reviravoltas e,
principalmente, muita música. Boa música.
Nascido em 30 de março de 1945, na Inglaterra, Eric Clapton
foi criado pelos avós, acreditando que a sua mãe, Patricia Molly Clapton – que
tinha apenas 16 anos quando Eric nasceu -, era sua irmã mais velha. Aos 9 anos,
Clapton descobriu a verdade sobre seus pais (o pai era um soldado canadense,
que voltou para o seu país logo após o final da Segunda Guerra) e avós, o que o abalou
profundamente e fez com que ficasse reservado e taciturno. O blues passa a ser a trilha sonora da sua
infância e adolescência. Robert Jonhson, Muddy Waters e Alexis Korners foram
alguns dos artistas que influenciaram fortemente o seu gosto e estilo musicais.
Em 1963, Eric Clapton entrou para a sua primeira banda, The
Roosters, que durou poucos meses, ao contrário de outra iniciação acontecida
nesta época: o alcoolismo. Ainda no começo dos anos 60, o guitarrista começa a
ser respeitado no cenário musical de Londres, o que se consolida com a sua
passagem pelo The Yardbirds, lendário conjunto que contou também com Jimmy Page
e Jeff Beck na guitarra após a passagem de Clapton.
O estrelato viria com o Cream, banda formada com os amigos
Jack Bruce e Ginger Baker, que lançou três discos clássicos e se separou por conflito de egos. Algumas tentativas de formar outras bandas e muita heroína
depois, Clapton ressurge na década de 1970 com hits como a regravação de “I
shot the sheriff”, de Bob Marley, “Cocaine” e “Wonderful tonight”. Os anos 1980
trouxeram outros sucessos (“I can’t stand”, “She’s waiting”) e o fim do
alcoolismo, em 1987.
Em 1991, acontece a maior tragédia pessoal: a
morte do filho Conor, de apenas 5 anos, que caiu da janela do apartamento da mãe,
em Nova York. O episódio marcou profundamente Clapton, que escreveu uma das
suas mais famosas canções, “Tears in heaven”, em homenagem ao menino. A canção
aparece no disco Unplugged MTV, lançado em 1992, o maior sucesso comercial da
sua carreira, com mais de 23 milhões de cópias vendidas e três Grammys conquistados
em 1993.
Em 2007, o músico lançou a sua autobiografia, sem retoques,
como se fosse uma expiação pelos erros passados. O livro também celebra a vida
familiar e estável conquistada após muitas tragédias e dramas familiares e
pessoais.
Eric
Clapton também é lembrado pelo costume de tocar com muitos modelos de guitarra
diferentes. No início da carreira, usava uma Gibson Les Paul, substituída por uma
Stratocasters, da Fender. “Blackie”, a mais famosa de todas as suas guitarras,
foi montada com partes de várias Stratocasters e utilizada até os anos 1990. Em
1988, a Fender produziu um modelo sob medida para ele, dentro da série
“Signature”, que gerou modelos para Buddy Guy e Stevie Ray Vaughan, entre
outros guitarristas.
Em 1999, Clapton levou a leilão parte da sua coleção a fim de levantar fundos para o Crossroads, centro de reabilitação para
viciados que fundou em 1997. O evento arrecadou mais de 7 milhões de doláres.